Foram
apreendidos diversos documentos falsificados em nome de Márcio. Em entrevistá
informal o flagranteado informa que desde do ano 2012 vem utilizando esse CRM
em diversas cidades baianas, entre elas Monte Santo, MACURURÉ/Chorrochó,
Euclides da Cunha, Catolândia
Frank Abagnale Jr. se diz esperto demais para ser pego nas suas
trapaças. Com 18 anos apenas, além de advogado e co-piloto, já se fingiu de
médico pediatra, em um hospital do estado da Geórgia. Muito bom nos disfarces,
usa a habilidade de enganar para golpes milionários. A trajetória de Frank foi
vivida pelo ator Leonardo DiCaprio, em Prenda-me se for capaz (Catch Me If You
Can), lançado em 2002, com a direção de Steven Spielberg.
Embora a história (baseada em fatos reais) tenha sido roteiro
de uma das incríveis narrativas spielberguianas, pode representar indivíduos
que oferecem sérios riscos à saúde da população baiana e brasileira, e que
atuam, principalmente, nas cidades interioranas: os falsos médicos. O exercício
ilegal da profissão na medicina, diferente do que acontece com as estrelas de
Hollywood, não tem nenhum glamour na vida real. Pelo contrário, é alvo de
fiscalização, rechaçado pela população e é considerado caso de polícia.
O Conselho Federal de Medicina (CFM), apesar de não possuir o
levantamento de denúncias em escala nacional, acompanha as fiscalizações feitas
pelos conselhos regionais. Na Bahia, foram contabilizadas pelo Conselho
Regional de Medicina da Bahia (Cremeb) várias denúncias, muitas delas
encaminhadas ao Ministério Público. Em Pernambuco, também existem inúmeros
casos confirmados. Segundo a vice-presidente e coordenadora do Departamento de
Fiscalização do Cremeb, a investigação do Conselho, feita por dois médicos
fiscais e 27 delegacias, acontece quando surge uma denúncia ou se, durante uma
fiscalização regular, é detectada a ação de um falso médico, ou mesmo de
médicos com diplomadas sem validade e estudantes. “Assim que é detectado o
problema, nós encaminhamos denúncia ao Ministério Público, a quem compete atuar
neste caso”, explica uma conselheira. Segundo ela, a ação do Conselho é voltada
diretamente ao gestor, diretor técnico, secretário de saúde ou a quem for
responsável pela contratação do falso médico. A partir daí, é instaurada uma
sindicância e, havendo indícios de infração, inicia-se o Processo Ético
Profissional (PEP), respeitando o direito de defesa do acusado. Após o
julgamento, o gestor está sujeito a uma pena que varia de uma advertência,
passando por uma censura confidencial, pública, suspensão do exercício
profissional até a cassação.
O Sindimed também tem participado do combate contra o
exercício ilegal da profissão, fazendo a ponte entre os médicos e o Ministério
Público, Cremeb e a Polícia Civil, encaminhando as denúncias que chegam ao
sindicato, trazidas pelos profissionais. Segundo o vice-presidente do Sindimed,
recentemente foram abertas três ações civis públicas impedindo que óticas aviem
receitas assinadas por optometristas em Jequié, Poções e Mutuípe, no interior
da Bahia. “O sindicato está atento. Todas as denúncias que chegam, nós
encaminhamos para que sejam apuradas”, afirmou.
O diretor regional do Sindimed, clínico geral há seis anos em
Nordestina, distante 259 km de Salvador, conhece casos de falsos médicos na
região. “Vários deles fogem ao serem descobertos, ou não frequentam
rotineiramente os plantões para não serem pegos”, diz o médico. Segundo o mesmo,
há aproximadamente quatro anos, vem crescendo a quantidade de médicos sem o
registro do Cremeb, principalmente na Região do Sisal, que abrange Retirolândia
e Valente. Para o médico, o exercício ilegal da profissão no Estado decorre da
falta de profissionais, que não aceitam os baixos salários e péssimas condições
de trabalho oferecidas pelos gestores, além da deficiência de fiscalização.
Nenhum comentário:
Postar um comentário