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sexta-feira, 12 de junho de 2015

CASAL DO SERTÃO SE REENCONTRA NAS REDES SOCIAIS APÓS 40 ANOS SEPARADOS


Fátima e Daniel viveram um namoro proibido na juventude em Pernambuco. Cada um casou e teve seus filhos, até que eles se reencontram.


Um casal do Sertão de Pernambuco tem motivos de sobra para comemorar este 12 de junho, Dia dos Namorados. Depois de mais de 40 anos separados, com a bênção do casamenteiro Santo Antônio e a facilidade das redes sociais, Fátima Canejo e Daniel de Sales se reencontraram e já planejam a união. Na juventude, eles viveram uma inesquecível história de amor, um namoro proibido pelas famílias. Cada um deles, casou e formou suas respectivas famílias. Apesar de terem seguido suas vidas, as lembranças do romance persistiram, até que a paixão veio à tona novamente.
A história desse casal é um romance da vida real que aconteceu por volta dos anos 70 em Pernambuco. Fátima tinha 16 anos e morava na capital Recife com os pais e o Daniel era mais velho, com aproximadamente 22 anos e vivia com a família em Petrolina, no Sertão. Eles se conheceram durante as férias escolares, quando os dois passavam o período de recesso na casa de familiares na cidade pernambucana de Serrita, também no Sertão.
Daniel de Sales  nos anos 70  (Foto: Fátima Canejo/  Arquivo pessoal)Daniel de Sales nos anos 70
(Foto: Fátima Canejo/ Arquivo pessoal)
Morena, cabelos longos e pretos, desta forma Fátima era quando se apaixonou à primeira vista por Daniel. “Eu estudava em Recife e todas as férias mamãe levava a gente para Serrita. Eu bati o olho nele e ele bateu o olho em mim e nunca perguntou se queria namorar comigo, ele foi logo me beijando durante uma tertúlia na casa de amigos. Ele foi meu primeiro namorado”, conta.
Por conta de desavenças políticas, o namoro entre Fátima e Daniel era proibido pelas famílias. “Eu apanhava todos os dias, porque meus pais não queriam o namoro. O padre João, irmão do Daniel, sempre foi muito dinâmico em Serrita e conquistou as pessoas da cidade e a minha família nesta época comandava o município politicamente. Então, as nossas famílias entraram em choque”, explica Fátima.
Como não tinham a aprovação dos pais, o casal se arriscava para os encontros escondidos. “Era muita adrenalina provocada pela emoção do encontro e o medo de sermos flagrados. Pedíamos ajuda até às nossas amigas para que ficassem vigiando a cozinha da minha vizinha, a Dona Gida, e avisar caso qualquer pessoa se aproximasse. Até que um dia o senhor Manuel Gonçalves, esposo da Dona Gida, nos surpreendeu namorando e contou tudo aos meus pais e ao tio de Daniel”, conta Fátima.
Fátima Canejo na juventude (Foto: Fátima Canejo/  Arquivo pessoal)Fátima Canejo na juventude
(Foto: Fátima Canejo/ Arquivo pessoal)
O casal acabou se separando no fim das férias sem ter oportunidade de terminar o namoro. Fátima disse que chegou a ir outras vezes em Serrita, mas não conseguiu encontrar o Daniel. “Eu voltei outras vezes para Serrita, mas eu não o vi. Ele estudou na mesma faculdade que eu em Recife, mas nunca o encontrei. O nosso sentimento ficou adormecido e até hoje a ficha não caiu. Acho que estava predestinado a gente ficar juntos”, revela.
Fátima Canejo, de 61anos, casou e foi morar no Rio de Janeiro. Ela teve dois filhos, há 20 anos é separada e trabalha como paisagista. “Tinha momentos no meu relacionamento que eu pensava se eu podia ter sido mais feliz com o Daniel. Então, eu vim à Petrolina durante um trabalho e tive contato com um amigo em comum que me falou que ele havia casado e tido filhos. Mas eu procurava na internet. Não me interessava se estava casado ou não. Eu queria vê-lo, saber como estava, porque sempre eu lembrava dele”.
Já Daniel é professor aposentado, tem 66 anos, morou 15 anos em Recife, 20 anos em Montes Claros, em Minas Gerais. Ele casou duas vezes e ganhou dois filhos de cada esposa. Mas garante que nunca deixou de pensar na 'Fatinha'. “Eu fui embora para Recife, casei e tive filhos. Um dia inclusive, a Fátima chegou a passar pertinho de mim em Recife e não me viu, comento sempre com ela. Mas são as coisas do tempo. Acredito que nós estávamos sempre juntos espiritualmente”, afirma Daniel.

A grande surpresa foi quando o Daniel achou a namorada da adolescência em uma rede social. “Eu sempre a procurava e a encontrei. Em setembro de 2014 nós começamos a se relacionar através do Facebook”, explica Daniel. Contudo, a Fátima disse que precisou tomar atitude. “Quando eu vi o convite de amizade, achei que não fosse ele. Eu vasculhei a página, aceitei e enviei uma mensagem. Só que depois, ele entrava no face e não falava comigo. Quando eu fui para Recife em novembro, resolvi perguntar porque ele não conversava e nós começamos a nos falar. Comprei um chip para falar com ele e passávamos até seis horas ininterruptas ao telefone. Ele ligava pra mim até seis vezes e eu fiquei totalmente adolescente”.
Casal na catedral de Petrolina, PE (Foto: Fátima Canejo/  Arquivo pessoal)Casal na catedral de Petrolina, PE
(Foto: Fátima Canejo/ Arquivo pessoal)
Vestido com uma camisa amarela, cor preferida da amada, foi assim que aconteceu o reencontro do casal após 40 anos distantes. No dia 28 de dezembro de 2014, Fátima desembarcou em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. “Quando eu vi o Dani, me perguntei o que estava fazendo naquele lugar. Ele tremia tanto e tentou me beijar. Eu tentei resistir, mas acabei cedendo e foi muito bom, porque a química permaneceu. Foi melhor do que quando éramos adolescentes. Eu fiquei surpresa pela pele dele e o cheiro que continuavam os mesmos”, conta emocionada Fátima.
No dia 1º de fevereiro de 2015, o casal noivou em Petrolina na casa da irmã do Daniel. E os planos não param, Fátima e Daniel já estão procurando uma casa na cidade para alugar.  Mas, antes disso, vão comemorar juntos duas datas importantes, o dia do casamenteiro 'Santo Antônio' e o 'Dia dos Namorados'. “Esperamos que o nosso Dia dos Namorados seja uma lua de mel maravilhosa. Pedimos a Santo Antônio que interceda junto a Deus por nós”, diz Fátima. Enquanto que Daniel agradece a benção do santo por ter abençoado seu reencontro com a amada. “Estamos noivos e tentando reafirmar nossa história. Vamos festejar Santo Antônio e pedir a nossa união e pedir que ele sempre nos proteja”. (G!).

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