Entrevista: Prefeito de Santa Brígida fala sobre crise, violência e seus prováveis concorrentes em 2016

Redação

Ivone Lima (www.ozildoalves.com.br)

Crédito: Ivone Lima (www.ozildoalves.com.br)

A equipe do site Ozildo Alves esteve na cidade de Santa Brígida, na última quinta-feira (12), para acompanhar umas das reuniões marcadas pelo prefeito Gordo de Raimundo (PT) com o comando da polícia civil e militar. “Esses assassinatos chocaram nossa população porque não é cotidiano, segundo nos informou a polícia militar, em 2013 não aconteceu nenhum homicídio em nossa cidade, por isso esta reunião, já que em um único mês cinco pessoas foram assassinadas ano passado”, disse o prefeito.

Aproveitamos a oportunidade para conversar com Gordo sobre sua administração, como é sabido, municípios considerados pequenos são os que têm as piores condições de infraestrutura básica. Segundo Gordo nos aponta, estes problemas foram resolvidos logo que assumiu a prefeitura. Entre suas realizações, destaca, principalmente, o fato de está em dia e poder realizar convênios. “Verifique nessa região próxima e veja quantas prefeituras podem fazer o mesmo?”, porém, o prefeito admite que parou o que vinha fazendo em relação as obras, e que ainda sana as dívidas com o transporte escolar. Acompanhe a entrevista em que ele também fala de sues potencias adversários na disputa de 2016:

Ivone Lima – Qual foi sua maior dificuldade quando o senhor assumiu a prefeitura há pouco mais de dois anos e quais os pontos positivos que o senhor deu encaminhamento?

Gordo de Raimundo – A nossa maior dificuldade aqui foi a oferta de serviço. Além da própria desorganização da prefeitura, muitos setores aqui careciam de organização, não existia, por exemplo, um protocolo que é essencial, onde se vai protocolar um documento a prefeitura não tinha, essa foi uma grande dificuldade: dar organicidade, celeridade e oferta de serviço – iluminação elétrica, na área de saúde e a infraestrutura como um todo. 

Ivone Lima – Não existiu nenhum projeto da outra administração que o senhor tenha dado continuidade? Gordo de Raimundo – A bem da verdade não. Devo dizer que aqui não encontrei nenhuma obra inacabada. 

Ivone Lima – O senhor entrou num período bom para o governo, algumas coisas foram prometidas, principalmente para esse mandato, e agora?, como dar andamentos a esses projetos?

Gordo de Raimundo – À época nós não tínhamos a dimensão da crise que iríamos enfrentar pouco tempo depois. Então estamos adequando a prefeitura à situação real. Se nós não podemos fazer determinados investimentos, prolongamos isso para o futura, não adianta antecipar algo que não podemos fazer. 

Ivone Lima – Por exemplo?

Gordo de Raimundo – Investimentos que nós iríamos fazer em escolas, reformas para promover a nucleação das escolas, nós começamos a fazer, terminamos três mais ficaram duas. Não tivemos fôlego para continuar, esse projeto ficou adiado ou para este ano ou no próximo, e outros que dependiam da prefeitura, no que depende do governo do estado, aí estamos correndo atrás. Adutora é um deles, tem ruas aqui que passam até cinco dias sem água, a que temos aqui é de 1992, de lá para cá a população já cresceu muito, e ela não comporta mais essa demanda. 

Ivone Lima – Algumas prefeituras alegando queda na arrecadação, efetuaram demissões, em quase toda região, e aqui aconteceram também? 

Gordo de Raimundo – Acho que todas as prefeituras precisam conviver com a realidade, e o que temos hoje é a perda de recursos, principalmente no FPM (Fundo de Participação dos Municípios) para não incorrer em crime fiscal todos nós estamos nos ajustando, aqui não tivemos muitas demissões, mas fizemos ajustes pequenos, 30 a 40 funcionários terceirizados nós cancelamos os contratos, a perspectiva para este ano também não é boa. Se a economia acordar nós convocaremos novamente esses funcionários, caso contrário vamos fazer um esforço com quem já está no quadro, principalmente com os efetivos. 

Ivone Lima – Em algumas prefeituras com realidades próximas a de Santa Brígida, têm tido extrema dificuldade em pagar funcionários e fornecedores, no seu município os pagamentos estão em dia? 

Gordo de Raimundo – Em relação à folha de pagamento nós nunca tivemos problemas. Nunca atrasamos salários de funcionários nenhum dia se quer, temos aqui um calendário e todos eles sabem durante o ano o dia que vão receber. Não conheço nenhuma prefeitura que não teve problema com fornecedor, nós também tivemos, estamos agora saudando algumas dívidas que trouxemos do ano passado pra cá, mais nada que vá comprometer de forma letal a economia do município. Acredito que agora neste mês, sanemos todas essas pendências. Aqui não estamos bem, mas estamos segurando.

Ivone Lima – Essas obras que o senhor anunciou, principalmente na área de saúde têm contrapartida do município?

Gordo de Raimundo – São duas quadras poliesportivas cobertas, no povoado Minuim e outra no povoado Colônia, são obras do governo federal. Nós temos uma unidade básica de saúde que também está sendo concluída – recurso federal. E os fardamentos para o pessoal do SAMU são recursos nossos, e nos Postos de Saúde que vão receber telefone fixos e sinal de manda larga, esses serviços o governo federal entrará apenas com parceria na banda larga, o resto somos nós, apesar da dificuldade estamos dando melhores condições de trabalho e de recepção à população. 

Ivone Lima – Diante dessa problemática toda, a cidade terá carnaval?, a prefeitura está disposta a gastar com a folia?

Gordo de Raimundo – Veja, desde que entrei em 2013, a gente resgatou o carnaval em Santa Brígida, que já não existia. Mesmo diante das dificuldades, reduzimos o orçamento do carnaval, mas vamos fazer um programação modesta, gostaríamos de investir mais, porém, não vamos deixar de fazer, para que nosso povo possa vir à rua, brincar um pouquinho.

Ivone Lima – A sua cadeira está, já a partir de agora, muito concorrida, fala-se no filho do Lula Cabeleira e o vice-presidente do PP, Agnelo Negromonte, qual é sua relação com esses futuros concorrentes e se o senhor é também candidato à reeleição? 

Gordo de Raimundo – Veja bem, eu fico sabendo, tomo conhecimento e procuro trabalhar, ta certo, procuro fazer o que prometi às pessoas na campanha. Ao longo dos quatro anos vou tentar fazer. Quanto a 2016, o que se vê é se a pessoa reúne as condições para a disputa, está disposto a vir para cá e fazer os debates?, para mim é indiferente quem vai se apresentar porque o julgamento é do povo. Se essas pessoas que têm intenção em disputar a eleição aqui, eles precisam preencher os requisitos para serem candidatos e depois ainda convencer a população de Santa Brígida, que já disse na última eleição o que pensa dessas pessoas que não têm nenhum vínculo com o município, mas pessoalmente não escolho adversário. 

Ivone Lima – O senhor concorrerá à reeleição? 

Gordo de Raimundo – Estou trabalhando para cumprir o que prometi dentro dos quatro anos. Se ao final desse tempo a população entender que devo continuar meu nome está à disposição. Sou filho da terra, me criei aqui, gosto da política e não vou abandonar, a despeito do que foi dito por aí, nunca pensei em deixar a cidade, ser prefeito não é uma tarefa fácil, mas estou aqui até 2016.