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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Dezesseis vítimas de ação da PM na BA não tinham passagens pela polícia

Segundo Polícia Civil, ao todo são 18 baleados; 12 morreram em confronto.

Mais dois promotores irão acompanhar caso, diz coordenador Davi Gallo.

Chacina na Estrada das Barreiras, em Salvador (Foto: Reprodução/TV Bahia)
Confronto com a PM ocorreu no bairro do Cabula
(Foto: Reprodução/TV Bahia)
Dezesseis vítimas da ação policial queresultou na morte de 12 pessoas no bairro do Cabula, na última sexta-feira (6), em Salvador, não têm passagens pela polícia, segundo informações confirmadas pela assessoria de comunicação da Polícia Civil aoG1, no final da manhã desta quarta-feira (11). Ao todo, 18 pessoas foram baleadas.
De acordo com a PC, apenas um dos 12 mortos teve a confirmação de crimes registrados contra ele, e também um dos feridos na ação.
De acordo com o órgão, o número total de pessoas baleadas no confronto com policiais foi atualizado e subiu para cinco porque pacientes foram localizados em hospitais. Um das pessoas baleadas que não tem passagem pela polícia é um adolescente de 16 anos, que foi apreendido durante a ação após ser atingido de raspão.
De acordo com a polícia, as pessoas localizadas em hospitais com ferimentos são Luís Alberto de Jesus Filho, de 28 anos, que foi socorrido para o Hospital do Subúrbio e teve mandado de prisão cumprido. Ele permanece custodiado na unidade hospitalar nesta quarta-feira.
A outra vítima localizada é Diego Santos Silva. Ele foi levado para o Hospital São Rafael, mas foi liberado antes de ser ouvido pela polícia. Diego não tem passagem pela polícia, mas está foragido, segundo informou o órgão.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, Luis Alberto, que está custodiado na unidade hospitalar, e Evson Pereira dos Santos, morto durante ação policial, são as únicas vítimas que tinham passagem pela polícia. Quatro delegados acompanham o caso.
Segundo Davi Gallo, coordenador do grupo de investigação do Ministério Público (BA), mais dois promotores serão designados a acompanhar o caso. Quatro promotores já haviam sido escolhidos para atuar em conjunto no inquérito que apura as circunstâncias da ação.
MP investiga
Sobre as investigações, o coordenador do MP afirma que o que vai determinar são as provas, com as perícias que já foram providenciadas. "Nás já estamos cobrando para que seja feito logo o exame cadavérico e as perícias. Quando as provas chegarem vamos analisar à luz dos depoimentos.Temos um procedimento dentro da instituição e que estamos acompanhando. Na hora vai ser dada a resposta certa", assegura Davi Gallo.
Além de Davi Gallo, atuarão no caso os promotores de Justiça José Emmanuel Araújo Lemos, Ramires Tyrone Carvalho, Raimundo Nonato Moinhos e mais dois promotores que serão designados ainda nesta quarta-feira. Segundo o coordenador do grupo, os promotores já ouviram cinco testemunhas, entre elas quatro policiais e um sobrevivente da ação. Outros policiais serão ouvidos em oitiva na tarde desta quarta.
No último sábado (7), três suspeitos que ficaram feridos após o confronto com a PM tiveram aprisão preventiva decretada pela Justiça, com o aval do MP-BA.
Afastamento
O governador Rui Costa disse que não há indícios para a necessidade de afastamento dos policiais militares que participaram da ação. Um sargento da PM foi atingido de raspão na cabeça, mas foi socorrido e teve alta médica.
A troca de tiros ocorreu na madrugada de sexta-feira, na Estrada das Barreiras, no bairro do Cabula, em Salvador. O governador relatou na ocasião que "a Polícia Civil vai detalhar a apuração e, se algum fato justificar o afastamento de alguém, isso será feito. Mas nesse momento não há nenhum indicativo de afastamento dos policiais".
Parentes de vítimas
"Eles estavam no ponto [de tráfico], [os policiais] renderam e mataram". A versão é do irmão de uma das 12 pessoas mortas durante ação de policiais militares na Vila Moisés, Estrada das Barreiras, no bairro do Cabula, em Salvador, na madrugada de sexta-feira (6). Quatro pessoas, entre eles um PM, ficaram feridas na ação - desses, dois suspeitos estão internadas em estado grave de saúde e mais dois receberam alta, entre eles, o policial.
Apreensão de drogas e armas em chacina no Cabula, em Salvador (Foto: Henrique Mendes/G1 BA)Drogas e armas foram apreendidas em chacina no
Cabula (Foto: Henrique Mendes/G1 BA)
De acordo com jovem de 24 anos, que não será identificado por questão de segurança, o irmão tinha 18 anos e tinha envolvimento com tráfico.
O irmão do jovem relata, ainda, que três dos suspeitos conseguiram fugir e se esconderam num matagal, sendo encontrados pela polícia por volta das 8h e também mortos.
Ele disse que os crimes podem ter sido cometidos em vingança pela morte de um coronel na região, há cerca de um mês. O irmão do adolescente disse que o jovem de 18 anos morava com a avó, que está viajando e ainda não foi informada sobre o caso.
A noiva do irmão da vítima disse que uma irmã dele, que mora na Suíça, soube do envolvimento dele com as drogas e já planejava a ida dele para o país.

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