Alisson
Henrique Carvalho Cunha é suspeito de ter apagado as imagens do
circuito interno do colégio onde a menina Beatriz foi encontrada
morta. Ele estava foragido desde dezembro.
Por
TV Grande Rio, G1 Petrolina
Nesta
segunda-feira (16), o advogado de Alisson Henrique Carvalho Cunha,
Wank Medrado, falou sobre a decisão do Tribunal de Justiça de
Pernambuco (TJPE) que revogou o pedido de prisão contra seu cliente,
acusado pela polícia de ter apagado as imagens do circuito interno
do colégio particular em Petrolina, no Sertão do estado, onde a
menina Beatriz
Angélica Mota Ferreira da Silva, de 7 anos, foi encontrada morta com
42 facadas, em dezembro de 2015. O
pedido de prisão foi feito em dezembro de 2018. Desde
então, Alisson era considerado foragido.
“O
Tribunal de Justiça de Pernambuco entendeu que, passados nove meses,
não houve qualquer avanço na investigação, essa prisão não
deveria perdurar. E aí, procedeu com a revogação por entender que
as investigações não conseguiram chegar a um resultado que fosse
razoável a respeito da responsabilidade de Alisson com relação a
essa acusação de ter apagado as imagens. Exatamente por conta da
fragilidade da investigação é que o Tribunal entendeu que deveria
revogar a prisão”, afirma o advogado.
Segundo
a defesa, a prisão foi pedida sem que o inquérito tivesse sido
concluído.
Wank
Medrado reforça que Alisson teria ido ao colégio atendendo a um
pedido para que se fizesse um backup das imagens. E que há
evidências de que as imagens haviam sido enviadas para a polícia.
“Nós
acreditamos que deve ter acontecido algum erro no manuseio e, por
tanto, houve uma formatação automática para apagar as imagens e
não uma ação de alguém. Muito mais por um erro do que
propriamente por intenção de apagar. Outra questão que é
importante frisar, é que Alisson atendeu a um pedido da escola.
Alisson não foi por conta própria no local das imagens e retirou.
Ele foi atendendo a pedido de funcionário da escola, especificamente
Lorailde e Carlos, que autorizaram a retirada para entrega posterior
das imagens a escola”, diz Wank Medrado.
Apesar
da revogação do pedido de prisão, o inquérito envolvendo Alisson
continua porque o arquivamento depende da conclusão do inquérito
policial da morte de Beatriz. Em nota, a Polícia Civil disse que não
vai se pronunciar sobre a revogação da prisão. A delegada Poliana
Nery responsável pelas investigações, disse que não está
autorizada a dar nenhum esclarecimento. O TJPE enviou nota dizendo
que o processo segue em segredo de justiça.
O
Colégio Nossa Senhora Auxiliadora se manifestou através de nota,
dizendo o seguinte:
"Colégio
Nossa Senhora Auxiliadora Petrolina entende que as declarações,
apresentadas pelo advogado do ex-prestador de serviço da unidade
escolar e confirmadas pela justiça, corroboram com informações
anteriormente fornecidas pela Instituição, que apontam que foram
disponibilizadas todas as imagens, registradas pelo circuito interno
de segurança do colégio, no dia 10 de dezembro de 2015.
Tais
declarações também reforçam o posicionamento sempre assumido pelo
colégio, de irrestrita colaboração com as investigações para
elucidação do caso Beatriz".
Entenda
o caso
Beatriz
Angélica foi assassinada com 42 facadas dentro de um dos mais
tradicionais colégios particulares de Petrolina. O crime ocorreu
dentro da quadra onde acontecia a solenidade de formatura das turmas
do terceiro ano da escola. A irmã da menina era uma das formandas.
A
última imagem que a polícia tem de Beatriz foi registrada às 21h59
do dia 10 de dezembro de 2015, quando ela se afasta da mãe e vai até
o bebedouro do colégio, localizado na parte inferior da quadra.
Minutos depois, o corpo da criança foi encontrado atrás de um
armário, dentro de uma sala de material esportivo que estava
desativada após um incêndio provocado por ex-alunos do colégio.
Em
fevereiro de 2016 a Polícia divulgou um retrato falado do suspeito
de matar a menina. Em março de 2017 a polícia divulgou um vídeo
com imagens detalhadas do suspeito de cometer o crime. Até o
momento, quatro delegados ficaram à frente das investigações do
assassinato de Beatriz.
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