Pesquisadores dizem que amostram apontam presença da droga durante todo
o ano
Pesquisadores apontaram que o mar do litoral de São Paulo está
contaminado com cocaína. Segundo o estudo realizado pelas universidades Federal
de São Paulo (Unifesp) e da Santa Cecília (Unisanta) existem altas
concentrações da droga e de produtos farmacêuticos na Baía de Santos.
O estudo comprovou que as substâncias causaram danos ao ambiente
marinho. Os pesquisadores buscam aprofundar os estudos sobre a concentração de
drogas ilícitas no ecossistem e seus reais danos.
O monitoramento da Baía começou em 2014, e os
pesquisadores observaram a presença de cocaína e fármacos concentrados na água.
As coletas são feitas a cerca de 4,5 km da costa brasileira, justamente na área
que sofre uma influência do estuário de Santos e São Vicente, principalmente,
do esgoto doméstico das cidades.
Em entrevista ao G1, o
professor responsável pela pesquisa, Camilo Seabra, explicou que a cocaína e
outras substâncias estão presentes na água o tempo todo. “Em todas as estações
encontramos tanto a cocaína quanto metabólicos. As maiores concentrações foram
no carnaval de 2014. As quantidades de cocaína na água já estão próximas das que
causam efeitos em organismo marinhos, que é na ordem de 200 a 2.000 nanogramas
por litro, ou seja, para cada 1 litro de água, são 500 nanogramas de cocaína”,
explica Seabra.
Os pesquisadores também
realizaram testes em mexilhões e constataram que eles absorvem a droga e tem o
sistema afetado. “A gente fez um experimento com mexilhões conhecidos como
perna-perna. Fizemos uma exposição utilizando drogas durante uma semana. Ele
apresentou problemas nas células e no DNA. Esses animais tem a capacidade de
absorver a substância. A gente usa, em média, de 50 a 100 mariscos. Todos
apresentaram problemas”, afirmou o professor.
O estudo vai seguir até 2018,
com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. AS áreas
contaminadas fica afastada dos banhistas e a vida marinha acaba sendo mais
afetada pelos poluentes, mas os seres humanos também têm risco de contaminação
devido ao consumo.
"Nesses locais, o risco é
com a vida marinha. Ali temos peixes, crustáceos, moluscos, animais
comestíveis. Esse é o próximo estado do estudo. A partir do verão, vamos
começar a estudar os animais, de dezembro a fevereiro. Esses animais estão no
defeso. Vamos esperar para começar a fazer o trabalho”, completou o professor.
G1
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