GEDDEL VIEIRA LIMA PERDE DIREITO A PRISÃO
DOMICILIAR E VOLTA PARA PRISÃO
Suspeito de obstrução de Justiça,
ex-ministro cumpria prisão domiciliar em Salvador desde julho. Polícia Federal
pediu nova preventiva para evitar destruição de provas, e Ministério Público Federal
endossou a solicitação.
O ex-ministro Geddel Vieira Lima, do PMDB, foi preso preventivamente (sem prazo
determinado) na manhã desta sexta-feira (8), em Salvador, três dias após a
Polícia Federal (PF) apreender
R$ 51 milhões em um imóvel supostamente utilizado pelo
peemedebista.
A prisão foi
determinada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de
Brasília, em uma nova fase da
Operação Cui Bono, que investiga fraudes na Caixa Econômica
Federal. No governo Dilma Rousseff, Geddel ocupou a Vice-Presidência de Pessoa
Jurídica do banco público, indicado pelo PMDB.
As
investigações da Cui Bono apontam que o peemedebista, valendo-se de seu cargo
na Caixa, "agia internamente, de forma orquestrada", para beneficiar
empresas com liberações de créditos dentro de sua diretoria e fornecia
informações privilegiadas para os outros integrantes "da quadrilha que
integrava", entre eles o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O pedido de
prisão cumprido nesta sexta-feira foi apresentado pela PF e, posteriormente,
acabou endossado pelo Ministério Público Federal (MPF), com base na apreensão
de R$ 51 milhões em um apartamento que havia sido emprestado a Geddel por um
amigo do ex-ministro.
O argumento dos
investigadores para solicitar que o ex-ministro retorne para a cadeia é o
eventual risco de "destruição de elementos de provas imprescindíveis à
elucidação dos fatos".
A assessoria do
MPF informou ainda que a nova fase da Cui Bono busca apreender provas de crimes
como corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Polícia Federal fez buscas em endereço de
Salvador que seria, supostamente, utilizado por Geddel Vieira Lima como
“bunker” para guardar dinheiro em espécie (Foto: Divulgação/PF)
Além de Geddel, a PF cumpre mandado
de prisão preventiva contra o diretor-geral da Defesa Civil de Salvador,
Gustavo Ferraz – que, segundo as investigações, é ligado ao ex-ministro.
Investigadores dizem que Gustavo Ferraz já foi indicado por Geddel para buscar,
em 2012, valores ilícitos remetidos por Altair Alves, emissário de Eduardo
Cunha.
O juiz federal
de Brasília também expediu outros três mandados de busca e apreensão, todos na
capital baiana. A Justiça autorizou as buscas alegando que a PF suspeita que
ainda exista mais dinheiro de origem ilícita escondido pelo ex-ministro.
Os mandados de
busca foram cumpridos no apartamento de Geddel e também nas residências de
Gustavo Ferraz e da mãe dele.
O G1 tentou contato com a defesa de Geddel, mas
até a última atualização desta reportagem não havia obtido resposta.
O G1 também tentou ligar para o celular de
Gustavo Ferraz, mas estava desligado. A assessoria da prefeitura de Salvador
não se manifestou sobre a prisão do diretor da Defesa Civil.
PRISÃO EM SALVADOR
Sete agentes e dois carros da PF entraram no condomínio
em que Geddel mora com a família, em Salvador, às 6h desta sexta-feira. Segundo
a TV Bahia (afiliada da Rede Globo), um vendedor ambulante, que estava na
região, foi levado para dentro do condomínio, possivelmente para servir de
testemunha.
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