O ex-ministro Geddel Vieira Lima
(PMDB-BA) foi preso nesta segunda-feira (3) pela Polícia Federal.
A prisão
ocorreu em Salvador, onde ele reside. Geddel foi citado nas delações da JBS
como interlocutor do presidente Michel Temer para assuntos relacionados à
empresa.
A detenção preventiva foi ordenada pelo juiz federal Vallisney
Oliveira, no âmbito da Operação Cui Bono, que investiga irregularidades na
Caixa Econômica Federal. O peemedebista estaria tentando obstruir as
investigações. Em gravação feita pelo empresário Joesley Batista com o
presidente Michel Temer, o ex-ministro é classificado pelo executivo como
"ponte" entre Temer e a empresa (relembre).
Ele destaca que, quando ministro, Geddel "sempre estava ali". "Mas Geddel
também, com esse negócio, eu perdi o contato porque ele virou investigado,
agora eu não posso também.
Eu não posso encontrar com ele", explica o
empresário ao presidente durante o diálogo. Temer concorda com o dono da JBS,
afirmando para ele "ir com cuidado" porque isso poderia figurar
"obstrução da Justiça". O empresário, então, questiona qual seria a
melhor forma de falar com o presidente, uma vez que por intermédio de Geddel
estaria mais difícil. O homem apontado por Temer para fazer essa transição foi
Rodrigo Rocha Loures. Dias depois, Loures foi flagrado saindo de uma pizzaria
em São Paulo com uma mala contendo R$ 500 mil.
A prisão de
Geddel já era bastante especulada pelo meio político em Brasília e indica uma
aproximação ainda maior das investigações a figuras próximas do presidente
Michel Temer. Até novembro de 2016, o peemedebista ocupava a Secretaria de
Governo, porém pediu demissão após se envolver em uma polêmica com o
ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, que o acusou de tráfico de influência
para a liberação de obras do condomínio La Vue, na Ladeira da Barra, em
Salvador - as obras eram em um trecho que exigia autorização do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Além da JBS, Geddel
também foi citado nas delações premiadas da Odebrecht e pode se tornar alvo de
inquérito. Neste domingo (2), o vice-prefeito de Salvador, Bruno Reis (PMDB),
chegou a dizer que o ex-ministro estava "tranquilo" com a escalada de
fatos o envolvendo na Lava Jato (veja aqui).
No dia seguinte, entretanto, Geddel foi levado preso, sem previsão de quando
poderá voltar à liberdade.
BAHIA NOTÍCIAS
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