Em
nova ação contra membros do Partido Progressista (PP) no âmbito da Operação
Lava Jato, o Ministério Público Federal (MPF) detalha delações premiadas, e a
principal delas tem como alvo o conselheiro do Tribunal de Contas dos
Municípios (TCM-BA), Mário Negromonte, por supostos delitos enquanto ele era
ministro das Cidades no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. As revelações
do MPF apontam detalhes de todos os baianos do PP supostamente beneficiados
pelo esquema de corrupção que assolou a Petrobras e deu origem à Lava Jato.
A
representação do Ministério Público Federal tem como base depoimentos do
doleiro Alberto Youssef, peça-chave no início da Operação Lava Jato, e
articulador das propinas entre executivos da Petrobras, políticos e donos de
empreiteiras.
De acordo
com o Ministério Público, Alberto Youssef afirmou que Negromonte perdeu o cargo
de ministro das Cidades em 2012 porque “não estava fazendo caixa” para o PP.
Segundo o doleiro, o ex-presidente do PP na Bahia estaria “roubando apenas para
ele próprio”. Já em 2014, os procuradores mencionaram que a ida do ex-ministro
ao TCM da Bahia se deu como contrapartida pelo apoio que ele deu à chapa do
então candidato a governador Rui Costa (PT). Na ocasião, Mário Negromonte teria
sido ‘elevado ao posto de conselheiro pelo então governador Jaques Wagner’.
A ação do
MPF também dá detalhes sobre depoimentos de pessoas que trabalhavam para o
grupo do PP no esquema. Em agosto de 2011, os procuradores apontaram que, por
orientação do doleiro Alberto Youssef, Adarico Negromonte, irmão do
conselheiro, transferiu R$ 1 mil para a K Star Comércio de Veículos, valor que
seria referente ao pagamento de parte do preço do Kia/Soul adquirido por
Daniela Souza Negromonte, filha de Negromonte. Dias depois, Adarico teria
utilizado R$ 16 mil em espécie para pagar a blindagem do veículo. Este valor
foi debitado dos créditos de propina do conselheiro no esquema de corrupção. Os
detalhes deste caso foram colhidos pelo MPF no depoimento do transportador
Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará.
Ainda de
acordo com a ação do MPF, Negromonte e seu filho, Mário Negromonte Júnior (PP),
usaram a conta bancária da esposa de Júnior, Camila Vasquez Pinheiro Gomes, em
dezembro de 2014 e em janeiro de 2015, para depósito de valores em espécie no
valor de R$ 225,5 mil. Segundo os procuradores, a operação bancária de forma
estruturada teve como objetivo evitar a necessidade de comunicação ao conselho
de controle de atividades financeiras (Coaf). A defesa de Mário Negromonte diz
que as acusações já foram explicadas ao Supremo Tribunal Federal com documentos.
CHICO SABE TUDO
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