Kosaka chegou à
Argentina em 2007 e, segundo um advogado de uma das vítimas, ela foi por seis
anos “o diabo com rosto de mulher” por trás dos estupros.
De acordo com as denúncias, pelo menos vinte
crianças deficientes auditivas com idades entre 10 e 12 anos sofreram abuso.
Kosaka é acusada de ter entregue as vítimas
aos padres Nicolás Corradi, de 82 anos, e Horacio Corbacho, de 56.
“Ela batia sistematicamente nelas e a mais
submissa era entregue aos estupradores. Quem se rebelava era salvo dos abusos”,
disse Sergio Salinas, da ONG Xumek, ao canal de notícias TN.
Uma adolescente contou que, quando tinha
apenas cinco anos, Kumiko colocou-lhe uma fralda para esconder o sangramento
produzido pelos estupros sistemáticos aos quais era submetida por vários
sacerdotes da ordem.
O “chefe do inferno” era Corradi, que chegou
à Argentina nos anos 1960, vindo do Instituto Antonio Provolo de Verona. A
Igreja o enviou para a Argentina para tentar abafar as dezenas de denúncias de
estupro que já havia na Itália.
Os abusos do Instituto vieram à tona em 2008,
mas o caso foi arquivado pela justiça. Com a sucessão de depoimentos, o caso
foi reaberto.
O procurador Fabricio Sidoti, encarregado da investigação, contou
que “as crianças dizem que eram levadas para a Casa de Deus, um lugar que
existe no Instituto, onde ficavam. As vítimas viam o que acontecia pelas
frestas da porta”.
Corradi e Corbacho foram presos em dezembro
do ano passado. José Luis Ojeda, um ex-aluno do instituto que trabalhava lá, e
Jorge Bordón, zelador, também foram detidos.
A freira fugiu por um mês antes de ser presa,
voltou e se entregou. “Sou uma boa pessoa que entregou a vida a Deus. Sou
inocente, não sabia dos abusos”, afirmou Kosaka.
OZILDO ALVES
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