Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
O PT pretende
lançar a pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à
Presidência da República ainda no primeiro semestre do ano que vem, entre
fevereiro e abril. A estratégia tem dois objetivos. O primeiro é aproveitar
politicamente a baixa popularidade do governo Michel Temer. O segundo é
reforçar a defesa jurídica de Lula, réu em cinco processos penais, quatro deles
provenientes da Operação Lava Jato e seus desdobramentos.
A
informação foi confirmada reservadamente por integrantes da direção petista e
também do Instituto Lula.
O
PT defende formalmente a antecipação da eleição presidencial em caso de
cassação da chapa Dilma Rousseff-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Parte dos líderes petistas defende que Lula seja lançado candidato logo no
começo do ano, em fevereiro, para se antecipar a possíveis condenações na
Justiça que possam barrar sua candidatura ou até levar o ex-presidente à prisão
em 2017.
A
pré-candidatura de Lula reforçaria o discurso do PT, que acusa a Lava Jato de
querer criminalizar as ações de seu líder máximo e do partido. Segundo os
defensores da ideia, ao se colocar publicamente como candidato, o ex-presidente
poderá se blindar parcialmente da força-tarefa em Curitiba. Conforme esse
raciocínio, com a pré-candidatura na rua seria mais fácil difundir a tese de
que está em curso uma tentativa de interditar judicialmente a possibilidade de
Lula disputar um terceiro mandato no Planalto. O bom desempenho do petista nas
pesquisas de opinião reforça a estratégia.
“A
necessidade de condenar Lula cresce na medida em que ele assume protagonismo
nas eleições de 2018. Ao que parece a população começa a fazer a comparação
entre os projetos”, disse o coordenador do setorial jurídico do PT, Marco
Aurélio de Carvalho. Outro grupo defende que a candidatura seja lançada durante
o 6.º Congresso Nacional do PT, marcado para abril, mas que pode ser adiado
para maio.
MOMENTO
Em
conversas privadas Lula já concordou com a estratégia. A única dúvida é em
relação ao momento de anunciar a candidatura. Para evitar precipitações, o
ex-presidente tem até evitado alguns eventos públicos temeroso de ter seu nome
lançado antes da hora.
A
ideia é esperar que o governo Temer, diante das dificuldades de apresentar
resultados a curto prazo na economia e com uma agenda impopular de ajustes,
chegue ao “fundo do poço” para, só então, Lula ressurgir com um discurso de
contraste em relação a seus oito anos de governo e um programa econômico
embasado na recuperação do mercado interno.
Em
mensagem de fim de ano divulgada nesta quinta-feira, 22, Lula confrontou a
política econômica de Temer e defendeu o fortalecimento do mercado interno, uma
das marcas de seus governos. “Estou falando com conhecimento de causa porque já
fiz isso uma vez”, disse o ex-presidente no vídeo.
Também
nesta quinta-feira, a ex-presidente Dilma, em viagem à Argentina, defendeu
abertamente um terceiro mandato para Lula. “Não penso em voltar para a política
porque o grande presidente para o Brasil é Lula”, disse ela ao lado da
ex-presidente do país vizinho Cristina Kirchner.
Fontes
do Instituto Lula ressaltaram que a possível antecipação do lançamento da
pré-candidatura do petista ao Planalto é incompatível com os planos de amplos
setores do PT de convencer Lula a aceitar a presidência da legenda no 6.º
Congresso do PT.
MSN NOTÍCIAS
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