Colégio pediu remoção do
perfil na internet alegando abalo à imagem. Mãe de Beatriz disse que
divulgação de cards não vai ser suspensa.
Em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, foi negado o
pedido de remoção ou bloqueio do perfil 'Beatriz Clama Por Justiça' hospedado
em uma rede social na internet. O processo judicial foi movido pelo Colégio
Nossa Senhora Auxiliadora. A instituição pediu que a justiça impedisse as
publicações e compartilhamentos de imagem da página online, alegando que o
conteúdo divulgado denegria a honra do colégio.
De acordo com as informações do processo,
não foram apresentadas provas capazes de convencer da verdade das alegações. O
juiz Josafá Moreira decidiu negar o pedido de bloqueio e/ou remoção por
considerar que a página online não traz prejuízos à imagem do colégio.
A página foi criada para mobilizar a
população e não deixar cair no esquecimento o caso da menina Beatriz Angélica,
que foi assassinada no dia 10 de dezembro do ano passado, durante uma festa de
formatura que acontecia dentro do colégio.
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A
mãe de Beatriz, Lúcia Mota, comentou o julgamento do processo. "Nossas
declarações nas redes sociais, rádios e Tvs não tem intuito de denigrir a honra
do colégio. Nós estamos confirmando as informações com base jurídica e nas
investigações”, declara.
De acordo com Lúcia, a campanha com a divulgação de
cards não vai ser suspensa e já foi planejada uma segunda fase. “Seriam dez
cards e divulgamos nove até agora. Estamos preparando a segunda fase dos cards,
para deixar a sociedade informada de tudo que está acontecendo. Os cards foram
traduzidos para o alemão, espanhol e francês para serem publicados em jornais
internacionais. Após a divulgação recebemos denúncias importantes e a população
está ajudando”, revela.
O G1 entrou em
contato com o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora para obter uma declaração sobre
a decisão judicial, mas ainda não foi encaminhada uma resposta.
CASO BEATRIZ:
A delegada da Polícia Civil de Pernambuco, Gleide Ângelo,
chegou no dia 13 de dezembro em Petrolina. Ela assumiu a
responsabilidade de investigar o caso do assassinato e as investigações seguem
em sigilo.
No dia 10 de dezembro, a morte de Beatriz
completou 1 ano e até o momento nenhum suspeito foi preso. A polícia até agora
não descartou nenhuma linha de investigação. Segundo o delegado Marceone
Ferreira, tudo indica que o crime não foi planejado para atingir Beatriz, mas,
qualquer outra criança. Já o promotor responsável pelo caso, Carlan Carlo,
acredita que a morte tenha motivação religiosa.
Beatriz foi morta com cerca de 42
facadas enquanto acontecia a solenidade de formatura das turmas do terceiro ano
da escola. Eram aproximadamente 2.500 pessoas, entre
convidados, alunos e funcionários.
A última imagem que a polícia tem de Beatriz foi
registrada às 21h59, quando ela pede para ir até o bebedouro, localizado na
parte inferior da quadra. Depois desse momento, a criança não retorna mais para
o lado da mãe e não foi mais vista por nenhuma testemunha.
Atualmente
o inquérito está com o Ministério Público. Os documentos estão divididos em 13
volumes, com seis anexos. Até o momento foram feitas 137 perícias e 208 pessoas
foram ouvidas. Um suspeito foi apontado como homem que abordou Beatriz no dia. Ele aparece em imagens de câmeras de segurança, rondando o
colégio e entrando na escola 20 minutos antes do crime. Com ajuda de testemunhas. Um
retrato falado foi feito, mas a polícia ainda não tem informações sobre o
suspeito.
G1/PETROLINA
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