Rio de Janerio's Governor Sergio Cabral smiles as he visits
the site of the construction of a new tunnel to the Transolimpica expressway in
Rio de Janeiro, Brazil, on November 08, 2013. The Transolimpica…
Corrupção
passiva, ativa e quadrilha. A chamada taxa de "oxigênio" cobrada,
segundo a Polícia Federal (PF), era destinada ao
governo do ex-governador Sérgio Cabral. Cabral foi preso preventivamente na manhã desta quinta-feira (17) num desdobramento da Operação Lava Jato. A operação que
prendeu Cabral e alguns de seus principais assessores se deu contra uma
“organização criminosa”, conforme classificação da PF, que teria desviado R$ 220 milhões de obras públicas.
Segundo
o Ministério Público Federal (MPF), Cabral recebeu ao menos R$ 2,7 milhões entre os anos de 2007 e 2011, da
empreiteira Andrade Gutierrez, por meio de entregas de dinheiro em espécie,
realizadas por executivos da empresa para emissários do então governador.Antes
de ser preso, as acusações contra Cabral se acumulavam:
Obra
do Maracanã, a gota d'água
Segundo a Polícia Federal, um dos motivos da prisão de Cabral
foi a reforma do estádio Maracanã para a Copa do Mundo. Investigado por
suspeita de formação de cartel pelas empresas que integraram o consórcio que
reformou a arena — Andrade Gutierrez e Odebrecht. A obra do Maracanã é alvo de
investigação sobre pagamentos de propinas para agentes públicos. A obra custou R$ 1,2 bilhão, o
dobro do valor previsto. Em depoimentos feitos entre 2010 e 2011, a construtora
Andrade Gutierrez fez pagamentos mensais de R$
300 mil em
dinheiro vivo ao então governador.
'Me
dá um oxigênio aí'
Segundo
O Globo, o ex-secretário estadual de Obras Hudson Braga chamava o
suborno exigido das empresas em contratos de grandes obras:
"oxigênio". O apelido foi relevado nas delações premiadas das
empreiteiras Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia.
O
anel de R$ 800 mil
Uma foto de Cabral com a esposa, Adriana Ancelmo, na qual ela
mostra um anel na mão esquerda tornou-se célebre. Ela acabou sendo exibida por
Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, à força-tarefa da Lava Jato no
Rio e em Brasília para provar a compra de um anel de R$ 800 mil em Mônaco como
forma de "troca de favores" entre empreiteira e governador. A
fotografia, segundo O Globo, foi feita no restaurante Luís XV, do chef Alan
Ducasse, no Hotel de France, em Mônaco.Conta
o episódio, em detalhes, o jornal Extra:
O propósito era fazer uma surpresa à
mulher, mas o primeiro a se espantar com o presente de Sérgio Cabral para a
então primeira-dama, Adriana Ancelmo, foi o empreiteiro Fernando Cavendish,
dono da Delta Construções. Cabral o convidou para bater perna pelas lojas de
Mônaco, onde ambos estavam, atrás de uma recordação para a Adriana. Ela
aniversariava no dia seguinte, 18 de julho de 2009. Na porta da filial da Van
Cleff & Arples, famosa joalheria, na Place du Casino, o governador do Rio
pegou o empresário pelo braço e entrou. Nada olhou, pois o presente já estava
reservado: um anel de ouro branco e brilhantes. Só ali, quando tudo já estava decidido,
Cavendish descobriu que a conta lhe caberia. Valor: 220 mil euros (cerca de R$
800 mil).
As
farras com empreiteiros
Durante uma viagem a Paris em companhia do dono da Delta
Engenharia, Fernando Cavendish, e secretários da alta cúpula do governo apareceu
em uma foto com o grupo em um restaurante de luxo com guardanapos da cabeça. O
encontro aconteceu em 2009. Na foto aparecem os secretários de Saúde, Sérgio
Côrtes, da Casa Civil, Wilson Carlos, e outros. Foram presos nesta quinta
Wilson Carlos, seu ex-assessor Wagner Jordão Garcia, e ex-secretário de Obras,
Hudson Braga. Todos são suspeitos de lavagem de dinheiro, corrupção e
associação criminosa.
Helicóptero
para o cão Juquinha
Em
matéria da revista Veja publica em julho de 2013, foi relevado o uso
do helicóptero oficial do governo – um Agusta AW109 Grand New, que Cabral
mandou comprar por R$
15 milhões em
2011 – para viajar com a mulher, os dois filhos, duas babás e o cachorrinho de
estimação, Juquinha, para a mansão da família em Mangaratiba. O uso particular
do meio de transporte comprado com dinheiro público se dava da seguinte forma,
de acordo com a revista: sextas-feira a aeronave levava todos, menos Cabral. O
governador seguia para a mansão no sábado. Aos domingos, o “helicóptero da
alegria”, como chamavam os pilotos, fazia duas viagens, sendo um o “voo das
babás”.O helicóptero também se tornou o meio de transporte oficial para os dias
de trabalho para Cabral. Regularmente, o ex-governador se deslocava 10 km entre
seu apartamento e o Palácio Guanabara num voo de três minutos de duração.
YASUYOSHI CHIBA via Getty Images
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