O atual salário mínimo de R$ 880 seria reduzido a R$ 400 caso
as regras da chamada PEC do Teto estivesse em vigor há 20 anos. O projeto
encaminhado pelo presidente Michel Temer define que os gastos do governo
federal serão congelados pelas próximas duas décadas, sendo corrigidas apenas
pelo índice de inflação. Nesta segunda-feira (10), a Câmara dos Deputados
aprovou a proposta em primeiro turno com 366 votos favoráveis, após forte
pressão do Palácio do Planalto. De acordo com o Estado de São Paulo, o cálculo
do salário mínimo foi feito pelo pesquisador associado do Departamento de
Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio
Vargas (Ibre/FGV), o economista Bráulio Borges. O estudo contou com uma
simulação das regras da PEC ao orçamento de 1998, quando começou o registro da
série histórica mantida pelo Tesouro Nacional. Na época, os gastos do governo
eram equivalentes a 14% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2015, esse
porcentual subiu pra 19,5%. Desde então, o salário mínimo teve crescimento real
de 4,2% ao ano de acordo com Borges. “É muito provável que o salário mínimo
teria ficado congelado em termos reais, só recebendo a diferença da
inflação", estimou o pesquisador. Para o Conselho Federal de Economia
(Cofecon) a ideia de que o aumento do gasto público vem de despesas com saúde,
educação e assistência social é errado. A instituição avalia que os juros da
dívida pública são responsáveis por cerca de 80% do déficit nominal. "O
salário mínimo foi o principal responsável pela redução pífia da desigualdade.
Isso tem um impacto positivo para a atividade econômica, porque esse salário
mínimo vai inteiramente para o consumo, para girar a atividade econômica. No
entanto, quando o governo paga R$ 502 bilhões de reais em juros da dívida pública,
isso não gira a roda da economia. Porque 85% desse volume estão concentrados em
megainvestidores, apenas 0,3% dos detentores de títulos da dívida
pública", explicou Júlio Miragaya, presidente do Cofecon.
BAHIA NOTÍCIAS
Nenhum comentário:
Postar um comentário