Pecuarista amigo do ex-presidente Lula fez
empréstimo no valor de R$ 12 milhões.
O
juiz Sérgio Moro condenou a nove anos e 10 meses de prisão o pecuarista José
Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelos crimes
de corrupção passiva e gestão fraudulenta de instituição financeira, por ter
retirado em nome dele um empréstimo de R$ 12 milhões no Banco Schahin,
destinado a quitar dívidas do PT. O empréstimo não foi pago e foi quitado de
maneira fraudulenta, com o fechamento de um contrato do Grupo Schahin, com a
Petrobras, para operação do navio-sonda Vitória 10000. Foi simulado uma falsa
doação em pagamento com embriões bovinos.
Outras quatro sete pessoas foram condenadas no processo: João
Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT; Fernando Schahin, Milton Schahin e Salim
Schahin, do Grupo Schahin; Fernando Soares, lobista; Eduardo Costa Vaz Musa,
ex-executivo da Petrobras e da Sete Brasil; Nestor Cerveró, ex-diretor da área
internacional da Petrobras. Exceto Vaccari, todos os demais assinaram acordo de
delação e são beneficiados por ele, cumprindo apenas a pena negociada com o
Ministério Público Federal.
Moro determinou que a pena de Bumlai seja cumprida em regime
fechado, condicionando a progressão de regime à reparação dos danos. Na
sentença, ele afirmou que não houve colaboração de Bumlai no processo, mas
confissão parcial.
"Os fatos admitidos por José Carlos Costa Marques Bumlai já
haviam sido revelados pelos colaboradores Salim Taufic Schahin e Fernando
Antônio Falcão Soares. A colaboração exige informações e prova adicionais. Não
houve acordo de colaboração com o MPF (...)", disse Moro, acrescentando
que não cabe ao Judiciário "reconhecer benefício decorrente de colaboração
se não for ela precedida de acordo com o MPF".
Foto: Geraldo Bubniak/AGB/Agência O Globo
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