O ex-deputado
Pedro Corrêa afirmou em depoimentos de sua delação premiada que o então
deputado (hoje senador) Aécio Neves (PSDB-MG), foi um dos responsáveis pela
indicação do diretor de Serviços da Petrobrás, Irani Varella, durante o governo
de Fernando Henrique Cardoso. Segundo Corrêa, Varella era responsável por
conseguir “propinas com empresários para distribuir com seus padrinhos
políticos” por meio de seu genro, identificado apelas como Alexandre.
Esta
é a primeira vez que o nome do senador tucano é relacionado por um delator da
Operação Lava Jato a um suposto esquema de pagamento de propinas na Petrobrás.
Em
nota divulgada por sua assessoria, Aécio disse que Corrêa é desprovido de
qualquer credibilidade e sua afirmação é falsa e absurda.
O
senador, presidente nacional do PSDB, já foi citado outras vezes no âmbito das
investigações da Lava Jato por delatores como o doleiro Alberto Youssef, o
senador cassado Delcídio Amaral (sem-partido-MS), o lobista Fernando Moura e o
ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.
O TRECHO DA
DELAÇÃO DE PEDRO CORRÊA QUE CITA AÉCIO:
Trecho da delação que cita Aécio Neves
‘Devedores’. No anexo 08 da
delação de Corrêa, no qual trata do tema “CPI Petrobrás”, o ex-deputado afirma
que os partidos comprometidos com a estatal, tanto da base aliada ao governo
federal, como da maioria da oposição, “eram devedores aos empresários que
financiavam as suas eleições nos Estados e tinham negócios com a Petrobrás”.
“Os quais os diretores da estatal, indicados pelos políticos, facilitavam os
seus negócios e cobravam propina para distribuir aos partidos políticos.”
Neste
trecho do depoimento, o ex-deputado afirma que no governo FHC, por exemplo, o
diretor de Serviços era “Irany Varella, indicado na época pelos deputados Aécio
Neves (PSDB-MG), Alexandre Santos (PMDB-RJ) e Paulo Feijó (PMDB-RJ)”.
Segundo
Corrêa, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a partir de
2003, Irani Varella manteve relação com o PT, mas acabou sendo substituído no
cargo por Renato Duque, condenado na Lava Jato e cumprindo prisão preventiva em
Curitiba.
“O
operador de Irany Varella, que conseguia as propinas com os empresários, para
distribuir com seus padrinhos políticos era o seu genro, de nome Alexandre”,
afirma o ex-deputado na depoimento da delação premiada.
Irani
Varella foi nomeado diretor da área de Serviços da Petrobrás em novembro de
2001. Duque o substitui no cargo no início de 2003.
O
Estado não conseguiu contato ontem com Alexandre Santos e Paulo Feijó.
COM A PALAVRA, O
EX-PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO:
“O
senador Aécio Neves nunca me pediu nem indicou diretores da Petrobrás. Nem eu
interferi na nomeação do sr Irani Varella, a quem sequer conheço”
Fonte/Foto: Estadão
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