O juiz federal Sérgio Moro mandou soltar o operador
financeiro Marcelo Rodrigues, preso na 26ª fase da Operação Lava Jato, após
pagamento de fiança de R$ 300 mil. O mandado foi expedido na noite de
sexta-feira (27) após os valores serem bloqueados pelo Banco Central. Ele
deixou o Complexo Médico-Penal (CMP), na região de Curitiba, na manhã deste
sabado (28).
Marcelo Rodrigues é réu em um processo da Lava
Jato, acusado de operar e controlar no exterior contas utilizadas pela
Odebrecht para pagamentos ilícitos. Ele estava preso desde março, quando foi
deflagrada a operação Xepa, que visou o Setor de Operações Estruturadas da
empreiteira – segundo o Ministério Público Federal (MPF), o setor era destinado
exclusivamente à contabilidade paralela da Odebrecht.
Após alegar não dispor dos R$ 300 mil para pagar a
fiança, Marcelo Rodrigues informou que os valores poderiam ser bloqueados de
uma conta do irmão dele, Olívio Rodrigues. Ele também é réu no mesmo processo
e, segundo o MPF, atuava junto com Marcelo Rodrigues na operação das contas de
offshores no exterior.
Acusação
Segundo o MPF, o Setor de Operações Estruturadas
utilizava os serviços de Marcelo e Olívio Rodrigues para operar os recursos de
pagamentos ilícitos. Ambos tinham acesso ao sistema de comunicação usado pelo
setor de contabilidade paralela da Odebrecht.
“Além de atuarem conjuntamente na empresa de câmbio
Jr. Graco, figuravam como representantes, ou procuradores, de algumas das
contas utilizadas pelo Grupo Odebrecht para o pagamento de vantagens indevidas,
como é o caso, por exemplo, da conta aberta em nome da offshore Klienfeld e
reiteradamente utilizada pela Odebrecht para lavagem de capitais e para o
pagamento de propina”, diz trecho da denúncia.
O MPF afirma que os irmãos atuavam principalmente
na abertura e movimentação de contas bancárias mantidas no exterior em nome de
empresas offshores e não declaradas às autoridades brasileiras. Enquanto Olívio
figurava como proprietário da Klienfeld, Marcelo Rodrigues era procurador da
conta.
“Nesta condição, Marcelo Rodrigues, além de ter
autorizado inúmeras transferências bancárias a partir da conta Klienfeld
Services LTD, também firmou contratos como, por exemplo, o contrato assinado
com a offshore Shelbill (representada por Monica Moura), o qual foi utilizado
para conferir aparência de licitude ao repasse de vantagens indevidas em favor
de Mônica Moura e João Santana”, diz outro trecho da acusação.
Além de Marcelo e Olívio Rodrigues, são réus na
ação ex-funcionários e o ex-presidente do Grupo Odebrecht Marcelo Odebrecht, o
publicitário João Santana e a mulher dele, Monica Moura, e o ex-tesoureiro do
PT João Vaccari Neto.
Outro lado
A advogada Paula Sion, que representa Marcelo e
Olívio Rodrigues, afirmou que pretende se manifestar apenas nos autos do
processo. Disse, ainda, que a intenção dos dois clientes é esclarecer todos os
fatos por completo no decorrer do processo.
Fonte: G1
Por Redação Bocão News
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