Osmar Terra defende saída de beneficiários do programa.
Apesar de o
presidente em exercício Michel Temer (PMDB) ter prometido a manutenção de
bandeiras sociais criadas nos 13 anos de governo do PT, o novo ministro do
Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, afirmou ser necessário
“oportunizar a saída” para beneficiários do programa Bolsa Família.
“Eu
acho que não deve se mexer nisso agora, mas tem de se oportunizar a saída do
programa. As pessoas têm que ter renda e não pode ser objetivo de vida viver só
do Bolsa Família e o que está acontecendo é isso”, disse ele durante a
cerimônia de posse. “As pessoas estão entrando e não estão saindo. Temos que
ajudar as pessoas a sair do programa”, emendou.
No
comando da pasta oriunda da fusão de dois ministérios sociais controlados pelo
PT, o deputado federal licenciado do PMDB gaúcho criticou as declarações da
presidente afastada Dilma Rousseff de que a meta de elevar o padrão de vida dos
5% mais pobres, ou 10 milhões de pessoas, prevista no documento “Travessia
Social”, excluiria milhões de beneficiários do Bolsa Família.
“O
documento não fala em redução do Bolsa Família. E vamos combinar que se o
discurso da presidente diz que menos de 10% da população é pobre, por que temos
50 milhões de pessoas recebendo o Bolsa Família?”, questionou Terra.
Redução
Mesmo
com a prioridade de “preservar a área social a qualquer custo” determinada por
Temer, o ministro do Desenvolvimento Social e Agrário admitiu que fusão das
duas pastas, que originou a comandada por ele, vai colaborar para o enxugamento
da máquina pública previsto pelo presidente em exercício.
Para
estruturar o novo ministério, Terra afirmou que procurou os conselhos do
Movimento Brasil Competitivo, cujo presidente é o empresário Jorge Gerdau. “O
pessoal da área também tem de ser aproveitado, para montar um ministério mais
enxuto para avançar nos resultados.”
Ainda
segundo o novo ministro, as ameaças dos movimentos sociais contrários à fusão
das pastas e ainda temendo a descontinuidade de programas não fazem sentido.
“Está se tentando preservar programas dos cortes, porque com a tragédia que é a
economia hoje, o legado que nos está deixando o governo Dilma era para ter
cortes gigantescos”, concluiu.
Herança
Se
pretende enxugar a estrutura do novo Ministério, Terra, no entanto, terá de
enfrentar o aumento de gastos determinado nas duas últimas semanas por Dilma
para as duas antigas pastas. No dia 1º de maio, a presidente afastada anunciou
o reajuste médio de 9% aos beneficiários do Bolsa Família.
A
medida foi desaconselhada por técnicos do governo, inclusive pelo secretário do
Tesouro, Otavio Ladeira, que justificou não haver mais espaço para gastos em um
cenário de rombo das contas públicas de quase R$ 100 bilhões.
Dois
dias depois, Dilma anunciou o Plano Safra da Agricultura Familiar 2016/2017,
cujos recursos para o financiamento a pequenos agricultores somam R$ 30
bilhões, com juros de 2,5% ao ano, bem abaixo da taxa básica de juros, de
14,25% ao ano. A diferença entre os juros captados e o emprestado ao produtor é
equalizada com recursos do Tesouro.
MSN-NOTÍCIAS
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