Mesmo diante de tantas polêmicas e até da recusa da
Polícia Científica de Pernambuco, um dos peritos criminais mais famosos do
País, George Sanguinetti, continua apontando ‘lacunas’ nas investigações do
assassinato da menina Beatriz Angélica, morta dentro do Colégio Nossa
Senhora Auxiliadora, em Petrolina.
Em entrevista na manhã de hoje (7), Sanguinetti
voltou a se pronunciar sobre o resultado do laudo divulgado numa coletiva pela
Polícia Civil de Pernambuco e afirmou que toda a investigação precisa ser
refeita.
“Petrolina tem um crime bárbaro desse, o maior que
já houve, nós não temos nem o motivo. Por que mataram a criança com 42 facadas?
É doença mental ou é crime passional? Veja o recado que mandaram para um
desafeto. Quem lucrou com a morte da menina? Então nestas perguntas teremos
respostas. Temos que partir do início. Temos que começar tudo de novo. Toda
investigação precisa ser refeita. Sei que provas técnicas não foram realizadas.
DNA só se foi da menina”, disse em entrevista ao programa ‘Manhã no Vale’, da
Rádio Jornal Petrolina.
Ainda sobre as investigações da polícia na cidade,
o perito disse que o caso será resolvido através de rastros deixados pelo (s)
criminoso (s) e que o tempo é fator decisivo para a elucidação do crime.
“Este caso será resolvido com rastros que o autor
deixou no local. Sempre há troca de materiais e digitais. O tempo trabalha
contra nós. Daí quando insisti em ajudar é por conta disso. Eu verifico
hipóteses que não são comprovadas tecnicamente”, disse.
Provas técnicas
Um dos principais questionamentos de Sanguinetti é
acerca da ausência de provas técnicas que levaram a polícia a afirmar que Betriz
foi assassinada em um local diferente daquele onde seu corpo foi encontrado.
“Foi dito pelo perito em coletiva que Beatriz foi
morta em outro local e depois colocada naquela sala. Então veja: Só foram vinte
minutos de ausência da criança. Então estes criminosos só tiveram vinte minutos
para agir. Porque razão eles iriam matar ela em um local e conduzir para outro,
podendo ser vistos? A polícia disse ainda que ela foi transferida num saco
plástico. Este saco deixa sinais na epiderme da criança e não houve a prova
técnica, então o que eu cobro é exatamente a prova técnica o que levou o perito
a dizer que ela foi morta em outro local. No chão foi encontrado sangue?
Exatamente o quê? ” , questiona.
Sobre a divulgação de um retrato falado do suposto
assassino, o perito também discorda de sua eficácia e garante que a divulgação
não tem trazido resultados à elucidação do crime. “O retrato falado não
adianta porque há muitas pessoas parecidas e não tem trazido resultado. Eu
quero é prova técnica é isso que necessitamos”, reafirma.
A Polícia Civil de Pernambuco já garantiu que só se
pronunciará novamente sobre o Caso Beatriz na apresentação do inquérito.
Sanguinetti participou das perícias nas mortes de
PC Farias, ex-tesoureiro de campanha do então candidato a presidente Fernando
Collor de Melo, em 1992, em Maceió (AL), e da menina Isabella Nardoni, em 2008,
em São Paulo (SP).
Carlos Britto/CHORROCHÓ EM FOCO
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