Para justificar o
pedido de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministério
Público de São Paulo utilizou até um vídeo em que o petista é flagrado falando
um palavrão.
A gravação foi feita sexta-feira passada, quando a Polícia Federal
cumpriu mandado de condução coercitiva de Lula como parte das investigações da
Operação Lava-Jato.
O vídeo foi gravado pela deputada
federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), momentos após Lula ser liberado pela PF.
Segundo Jandira, Lula estava falando ao telefone com a presidente Dilma
Rousseff quando diz: “Eles que enfiem no c... todo esse processo”. A deputada
retirou o vídeo de sua página no Facebook no dia seguinte e lamentou que façam
“ilações ou suposições” sobre o conteúdo.
No pedido de prisão preventiva da
Lula, os promotores escrevem que “jamais poderia o denunciado se sentir
incomodado com a necessidade de observância de ordens judiciais”, diz a
denúncia. O texto afirma, ainda, que Lula pode se valer de pessoas que ocupam
cargos públicos para defendê-lo e cita a presidente Dilma.
Prosseguem os promotores: “Ao expor
em sua entrevista coletiva evidente intenção de ataque, igualmente refletida
nas palavras de baixo calão nada respeitosas gravadas em um vídeo público, sua
ira contra as instituições do sistema de Justiça leva todo e qualquer cidadão a
se sentir no mesmo e ‘igual’ direito de fazê-lo”.
Em nota divulgada esta noite, o
advogado Cristiano Zanin Martins afirmou que “Lula jamais se colocou contra as
investigações ou contra a autoridade das instituições. Mas tem o direito, como
qualquer cidadão, de se insurgir contra ilegalidades e arbitrariedades. Não há
nisso qualquer ilegalidade ou muito menos justificativa jurídica para um pedido
de prisão cautelar.”
(*Sob a supervisão de Mariana
Timóteo da Costa)
MSN
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