Deputados de
oposição estão preparando uma representação a ser encaminhada ainda nesta
terça-feira à Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a imediata prisão
do ministro da Educação, Aloizio Mercadante. A iniciativa parte da revelação,
feita por VEJA, de que o ministro e braço-direito da presidente Dilma Rousseff
tentou obstruir as investigações da Operação Lava Jato e comprar o silêncio do
senador Delcídio do Amaral, responsável por revelações explosivas para o
governo em seu acordo de delação premiada.
O documento está sendo preparado
pelo PPS e deve contar com o apoio de demais legendas oposicionistas ao governo
Dilma. Na ação, deve ser usada como argumento para a prisão do ministro a mesma
motivação que levou Delcídio do Amaral à prisão: tentativa de impedir o avanço
das investigações do escândalo de corrupção da Petrobras. Em gravação, o então
líder do governo foi flagrado tentando evitar que o ex-diretor da Petrobras,
Nestor Cerveró, firmasse acordo de delação premiada.
Assim como Delcídio, as negociações
articuladas pelo ministro da Educação foram gravadas. "O ministro
Mercadante comete o mesmo crime ao ser apanhado em conversa gravada tentando
obstruir a Justiça e tentando dizer que estava ali para oferecer vantagens para
que se calasse a delação premiada. Não há outra saída a não ser a sua
prisão", afirma o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR).
"O governo, desesperado e
acuado, tenta de todas as formas blindar esta ou aquela figura, tenta obstruir
a Justiça, apagar documentos e rastros do que aconteceu ao longo desses anos
com desvios de bilhões de reais. Por outro lado, estamos vendo pessoas morrendo
nos corredores de hospitais, escolas abandonadas, surtos de zika vírus e
dengue, e não há uma ação de governo", continuou Bueno.
Questionado sobre a possibilidade
de ser alvo de representação, Mercadante minimizou a ação dos oposicionistas e
afirmou que é papel da PGR pedir investigação sobre ele. "Estou
inteiramente à disposição para esclarecer o que me foi solicitado", disse.
MSN-NOTÍCIAS
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