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sexta-feira, 18 de março de 2016

CONSTRUÇÃO DE ATERRO SANITÁRIO REVOLTA MORADORES DE UAUÁ E REGIÃO

Tudo começa com a venda de um terreno de 14HA 15A e 06CA (Quatorze hectares, quinze áreas e seis centiares), conforme licitação de (041/2015) de Inexigibilidade publicada em 22 de outubro de 2015. O Sr. Paulo Sebastião Barbosa vende o terreno por (vinte e sete mil reais). O Terreno está situado na margem esquerda da BR – 235, a 9 Km da sede do município de Uauá-BA, denominado de Fazenda Juá, sentido povoado de Caratacá, também localizado o Riacho do Juá um dos principais afluentes do Rio Vaza Barris. Seu Antônio Domingo da Silva de 66 anos não quer sair do lugar que cultivou durante 17 anos de jeito nenhum, e se recusa a conviver com o aterro sanitário que segundo sua filha Aclésia Cardoso da Silva está sendo construído em um local próximo de uma barragem e um poço d’água .

“Nesse local que o prefeito quer fazer o aterro sanitário, é um local de mata nativa, onde tem riacho que é afluente ao rio Vaza Barris, água essa que entra no açude do Cocorobó, na cidade de Canudos” e ressalta“o rio abastece os povoado de todas os municípios vizinhos, inclusive Uauá”.

 

Segundo Aclésia, caso o aterro seja construído muitos serão prejudicados, inclusive os que tem suas criações , barragens, poço artesianos , e pontua;

“tem muitas pessoas que ainda estão pagando esses investimentos”.

O Sr. Paulo e aproximadamente 30 famílias que residem em torno do terreno que possivelmente venha ser construído correm o risco de experimentarem na pele um problema que já está asfixiando as cidades de grande e médio porte: não ter mais onde depositar seu lixo. Municípios pequenos e com recursos limitados como Uauá, locais afastados da “sede” se apresentam como locais ideais para vencer a resistência política e cidadã a receber toneladas de lixo, neste tipo de empreendimento, moderno e de acordo com a lei, mas sempre associado a maus odores, insalubridade, contaminação de água e do lençol freático e a uma longa lista de riscos ao meio ambiente.

O Ministério Público do Município de Uauá também questionou os riscos ambientais do projeto. A promotoria concluiu em um relatório que o empreendimento, 
“ O Prefeito Municipal de Uauá vai construir um lixão, inclusive já está havendo o desmatamento na área, que não sabem se tem as licenças para desmatarem a área afetada, nessas áreas tem famílias que lá moram há bastante tempo, que esse projeto afetam rios e plantas nativas, como Umbuzeiro, pau de Colher, Aroeira, Braúna”


Consta ainda na declaração um pedido de uma providência a fim de que esse projeto não seguisse diante.
 “Nada mais acrescentar, segue o termo assinado pelos requerentes” são as ultimas palavras da declaração seguido das assinaturas.

O lugar escolhido para o novo empreendimento, a Fazenda Juá, também é polêmico porque acolhe uma das principais fontes de abastecimento de água do açude Cocorobó em Canudos-BA cidade conhecida pela história, história essa que se fez presente água em meio sertão, um recurso importante em plena crise hídrica do século XXI .

"Primeiro deve-se analisar com critério o local exato que foi escolhido para essa implantação. O desmatamento de vegetação nativa pode ser realizado , desde que haja estudo de inventário florestal e autorização. Além disso, o desmate, deve ser acompanhado por equipe de biólogos, veterinários, através de um serviço chamado Resgate e Afugentamento de fauna e flora", explica o engenheiro Ambiental, André Loiola .

Todos os poréns, incluindo a existência de espécies em perigo de extinção até problemas mais graves para população que depende da água do afluente, foram questionados pelo Presidente da Câmera dos Vereadores Jairo Rocha que desabafa através de uma nota de repúdio;

“Quero nesse momento desabafar nossa indignação com a agressão que os moradores das comunidades de São Bento, Empoeira e Sitio do Cariri estão passando nesse momento com a possível instalação do aterro Sanitário proposto pelo município de Uauá...”

Segundo Jairo, todos sabem que as águas do Rio Vaza Barris deságuam no açude de Canudos, e ressalta que o mesmo abastece o referido município e principalmente a zona Rural de Uauá pelo programa do Governo Federal (GF), denominado 
“Operação Pipa".

“Queremos aqui externas a nossa insatisfação com essa agressão. Queremos contar com a sensibilidade do chefe do poder executivo para suspender as atividades no local imediatamente”, finaliza o Presidente da Câmera dos Vereados. 

Entramos em contato com o Vereador Rômulo rebelo da cidade de Canudos, o mesmo informou para o jornalista Márcio Malta que não será admissível uma ação de tamanha irresponsabilidade;


" Canudos e Uauá são cidades irmãs; acreditamos que Olímpio não levará esse projeto adiante, pois seria uma posição egoísta e pode levar o rompimento dos laços entre as duas cidades, e caso ele leve esse projeto adiante não deixaremos, uma vez que afetará não apenas Uauá, mas Canudos, Jeremoabo e todas as cidades que dependem das águas do Rio Vaza Barris" afirma convicto o Vereador.

Diante as cobranças o prefeito Olímpio Cardoso do Partido Democrático Trabalhista (PDT), prontificou a respeito da construção e ressaltou que o aterro sanitário é uma exigência da promotoria pública e do Governo Federal, caso não houver o município poderá ficar sem o repasse financeiro da União, informa Olímpio.

Em pronunciamento o representante do poder executivo informa que há dois anos estão procurando um local adequado para a construção.

“Há mais de 2 anos que estamos procurando o local e somente agora que conseguimos uma área que ainda nem foi cercada” e dispara “Para a nossa surpresa ficamos sabendo que o nosso amigo, vereador e presidente da câmara Jairo Rocha está contra o local, sendo que o local ainda está sendo projetado para se fazer o aterro e ele nos pediu um prazo de 8 dias e nós suspendemos os trabalhos para que ele conseguisse outro terreno”.

O Portal Comunicação em Pauta entrou em contato com o Vereador referente à fala do prefeito, e o mesmo revela;

“Estivemos em reunião com o prefeito e nos colocamos contra o Aterro Sanitário, o prefeito Olímpio por sua vez sugeriu uma alternativa que não o terreno atual. Devido à oposição do prefeito pedimos um tempo, e ele então que estipulou o prazo de 8 dias e não nós como afirma em vídeo”, afirma Jairo.

O Vereador informa que esteve no local, a obra diferente do que Olímpio afirma dizendo que o local ainda está sendo projetado, não procede e nos revela;

“Temos fotos do local com arvores de diferentes espécie arrancadas a força pelas maquinas contratadas para a construção do aterro, sou vereador, e o poder legislativo não tem obrigação e nem o dever de disponibilizar tal proposta, mas diante os fatos tomei essa atitude e em parceria com outros amigos aqui da região tentaremos fazer essa proposta da construção em outro local” afirma Jairo Rocha.

Por outro lado, o prefeito afirma que não ver nenhum problema na construção do aterro. “O local é afastado das comunidades e não tem nenhum morador, é realmente um local ideal. Não tem nenhuma possibilidade de causar algum impacto ambiental como disse o vereador, pelo contrário a área será preservada ambientalmente, além disso, as águas que passam pelo Riacho do Juá também não serão afetadas. Vou aguardar a solução do presidente, aproveito o espaço para dizer a população que o problema será resolvido”.

Olímpio esclareceu ainda a diferença do lixão para o aterro sanitário. 
“O lixão é uma área que foi comprada pela prefeitura e o aterro sanitário é um local destinado à deposição final de resíduos sólidos gerados pela atividade humana. Nele são dispostos resíduos domésticos, comerciais, de serviços de saúde, da indústria de construção, e também resíduos sólidos retirados do esgoto”, concluiu.

Enquanto isso, o morador de 66 anos, que há 17 anos vem lutando pelo cuidado e proteção dos animais e as terras do polêmico terreno, resume com lucidez o que ele pensa de todo esse imbróglio. 
“Se não encontrarmos uma solução para todo o lixo que criamos, ele vai ficar a céu aberto como está até agora, mas tudo que está envolta deve ser observado e levado em conta, afinal de contas as pessoas também fazem parte do Meio Ambiente" Finaliza Paulo Sebastião Barbosa.
Jornalista; Márcio Malta



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