O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode estar envolvido nas
irregularidades investigadas pela Operação Acarajé, 23ª etapa da Operação Lava
Jato. A indicação foi feita pela Polícia Federal em um relatório de 44 páginas
anexado ao inquérito, de responsabilidade do delegado Filipe Hille Pace.
Segundo o agente, há uma referência a um 'Prédio (IL)' encontrada no celular de
Marcelo Odebrecht, ao lado do valor superior a R$ 12 milhões. "Em relação
à anotação 'Prédio (IL)', a Equipe de Análise consignou ser possível que tal
rubrica faça referência ao Instituto Lula. Caso a rubrica 'Prédio (IL)'
refira-se ao Instituto Lula, a conclusão de maior plausibilidade seria a de que
o Grupo Odebrecht arcou com os custos de construção da sede da referida
entidade e/ou de outras propriedades pertencentes a Luiz Inácio Lula da
Silva", diz o documento. De acordo com o Estadão, o delegado ainda
ressaltou que o possível envolvimento de Lula deve ser tratado com parcimônia,
"o que não significa que as autoridades policiais devam deixar de exercer
seu mister constitucional". "Se os fatos indicarem a inexistência de
ilegalidades, é normal que a investigação venha a ser arquivada". Também
foi identificada uma planilha com anotações 'possivelmente idealizada por Marcelo
Bahia Odebrecht', que revela o controle que o dirigente máximo do Grupo
Odebrecht possuía sobre a destinação de recursos, à margem da lei, para o PT. O
relatório ainda menciona o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, cujo nome
aparecia no celular de Odebrecht acompanhado da palavra 'Prédio'. O documento
mostra R$ 12,42 milhões supostamente destinados à construção do Instituto Lula.
"Faz referência a valores específicos, possivelmente devidos em razão de
serviços prestados, por exemplo, cujo valor é calculado com base no preço de
produtos e mãos-de-obras", diz o relatório. O Instituto Lula disse que a
suposição não procede, já que o instituto foi fundado em 2011, fruto do
Instituto Cidadania, que funcionava em um sobrado adquirido em 1991.
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