Período de seca na região foi severa que espécies não resistiram. Umbuzeiros que conseguiram sobreviver começaram a florar no Sertão.
O umbuzeiro é uma árvore típica da
Caatinga e que é bem-adaptada ao clima Semiárido. Apesar de ser resistente aos
longos períodos sem chuva, os umbuzeiros estão morrendo no Sertão de
Pernambuco. A seca na região foi severa que algumas espécies não aguentaram e
caíram antes da morte da planta, deixando de produzir o umbu.
Em Santa Maria da Boa Vista, os sertanejos
estão surpresos com a morte dos umbuzeiros. "É triste a situação que a
gente tá vendo hoje. É a primeira vez que a gente tá vendo uma situação dessa.
Isso triste por ser justamente uma das plantas que mais a gente precisa dela
para alimentação”, relata o agricultor José Expedito de Almeida.
O professor e pesquisador da cultura
popular nordestina, Genivaldo Nascimento, diz que o umbuzeiro faz parte do
universo sagrado do sertanejo. “Quando o sertanejo vê uma planta dessa secando
traz angústia e tristeza e isso acaba interferindo no sentimento de
pertencimento em relação a região e em relação a Caatinga”.
O umbuzeiro consegue armazenar até 1.000
litros de água nas raízes. O biólogo e especialista em fisiologia de plantas da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Saulo de Tarso Aidar,
explica que as plantas tiveram que usar as reservas de água e por isso muitas
chegaram a morte. “Os últimos quatro anos houve menos chuva que o normal e
talvez tenha sido muito abaixo da condição que a planta precisa para
sobreviver. Ao longo de quatro anos de seca, ela vinha utilizando parte das
reservas e por isso pode ter chegado a morte”, comenta.
O agrônomo e especialista em plantas da
Caatinga, Francisco Pinheiro de Araújo, revela que a morte dos umbuzeiros pode
interferir nas produções do futuro. “Essas plantas estão morrendo e não estão
deixando descendentes, o que é muito grave isso. Porque isso vai comprometer a
produção atual, e com as mortes das plantas, as produções futuras, porque não
tem plantas novas na nossa Caatinga”, ressalta.
Já os umbuzeiros que conseguiram
sobreviver já começaram a florar neste início de janeiro. A dona de casa
Edilaneide Vitor da Silva que ganha dinheiro com o processamento do fruto, já
sente que, pelo menos, a esperança está brotando novamente.“Vai melhorar mais a
situação, porque eu vou ter como colher o umbu, fazer meus picolés e também
fazer a polpa para guardar e na seca ter a polpa do umbu para fazer meus
picolés e a minha umbuzada".
g1/pe
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