Eu, Naldinho Beira Rio, redator deste
humilde Portal de Notícias de Macururé acordei no meio da madrugada com o ronco
do trovão. Aquele barulho grave, distante, avisando que a chuva ia
chegar. Ao amanhecer do dia, no escancarar da porta da cozinha, a marca
da invernada. A caixa d’agua transbordando. A água dançando no tronco de uma
árvore na Vila Popular. A saparia em cantoria manifestava sublimemente a
presença da ilustre convidada. “Mãe, estar chovendo!”, gritou a criança
saltitante, banhada de alegria aqui na minha redondeza, do meu comércio, do meu
lar.
“Quero olhar as águas!” O Riacho
Grande. O Tim-Tim de nossa pacata Macururé em correnteza barrenta, a encosta da
estrada acumulada em amarelo pardo, os barreiros da Fazenda Quixaba e Bairro
Bela Vista sufocados. A água não respeita a intervenção do homem no leito dos
rios. As Passagens Molhadas são lavadas de lado a lado. Quer atravessar para a
outra margem? Tem que arriscar a ser arrastado pelo volume que desce cabeça a
baixo via Chorrochó, Abaré rumo ao leito do Rio São Francisco.
“Para vir à feira de Chorrochó nesta
quarta feira, a água engoliu o pneu da moto. Tive medo de cair. Mas consegui
atravessar”, comemora, com um sorriso nos olhos, um morador das terras
encharcadas de nossa Macururé..
O tempo carregado de chuva transforma a
rotina do sertanejo. A vida se torna mais viva. Os rostos debulhados pelos
ditames do Sol se mostram rejuvenescidos, lavados, enxaguados, nutridos pelos
pingos que vem do alto e adentram na alma esturricada, porém transparente,
iluminada, sedenta de sede e de alegria, daqueles que esperam, dia após dia, um
milagre acontecer.
Eu, Naldinho Beira Rio, digo ao nosso
bom criador como porta voz de todos os Macururéenses...OBRIGADO DEUS!
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