Ténico da Fiocruz inspeciona mosquito Aedes aegyti em Recife.
A Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde, anunciou nesta sexta-feira
que detectou a presença do Zika vírus com potencial de provocar infecção em
amostras de saliva e urina.
A
evidência, baseada na análise de amostras de dois pacientes com sintomas
compatíveis com o Zika, sugere a necessidade de investigar a relevância destas
vias alternativas de transmissão viral, de acordo com a Fiocruz.
"O
Zika vírus foi encontrado de forma ativa, ou seja, com capacidade de infecção,
na urina e na saliva", disse em entrevista coletiva na sede da Fiocruz o
presidente da fundação, Paulo Gadelha.
Gadelha
frisou que ainda não foi comprovada a transmissão do vírus por saliva ou urina,
daí a necessidade de estudos adicionais.
De
acordo com a pesquisadora Myrna Bonaldo, que liderou a pesquisa, é a primeira
vez que se demonstra que o vírus está ativo na urina e na saliva de pacientes
com o Zika vírus.
"(Isso)
abre novos paradigmas para entendermos as rotas de transmissão do Zika",
disse ela.
Muito
permanece desconhecido sobre o Zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. O
Ministério da Saúde, no entanto, confirmou no ano passado a relação entre o
Zika e o surto de microcefalia na Região Nordeste do país.
Os
casos suspeitos e confirmados de recém-nascidos com má-formação cerebral ligada
ao Zika vírus no Brasil chegaram a 4.074 até 30 de janeiro, segundo último
balanço ministério.
A
Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de emergência internacional
pelo Zika em 1º de fevereiro, citando forte suspeita de relação entre o vírus
em grávidas com a microcefalia.
Cientistas
também estão estudando a potencial relação entre o Zika e uma rara doença
neurológica que enfraquece os músculos e causa paralisia, Guillain-Barre.
(Reportagem
de Pedro Fonseca)
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